Oh, quao doce es, em teu entorpecimento de volucro sutil
Onde as divisorias se esvanecem, onde os limites se escurecem
Oh, felicidade prostrada, oh mare pacifica
Es sua passividade infinita, na inercia da existencia es continua
Onde todos os caminhos levam a um so lugar, em lugar nenhum,
Que ate o mais sabio dos sabios, em alguma de suas mais brilhantes conclusoes
que emfim pode chegar, descobre ao mesmo tempo sem muito impressionar
Que sabe muito pouco quase nada, e do que sabe nada vale, quase nada ou muito pouco
E que no mais longinquo que se alcance o conhecimento, ou sua doce ilusao
Sempre havera de ter-se a conclusao de que o maximo que se pode descobrir
Nada mais e que ha ignorancia, infinita, vasta, em todo e qualquer lugar.
A ignorancia e como a materia escura do universo; o nada;
Esta em tudo! Em todas as coisas, em todos os lugares, em tudo, tudo... e em si mesmo.
Talvez inclusive seja o nada, a coisa que mais compartilhamos, entre tudo.
A negacao da nao-coisa nao-existente, que quanto mais tentamos aperta-lo, cutucando-o, questionando-o,
Mais nada sai...
E eu vejo nada para todo lugar.
Maldita seja essa droga, esse vicio maldito das mentes sas, de questionar!
Queria eu poder me abster em toda contente ignorancia, e viver feliz para sempre na doce ilusao
da existencia das coisas! Sem questionar, sem sentir, sem viver, so existir.
Sem cutucar nada.
Oh doce plasma onipresente!
Oh maravilhoso es, o mundo de ilusoes do inconsciente!
Enquanto eu fico aqui, com nada transbordando de todos os lados,
Outros se vangloreiam de sua sabedoria inexistente, em seu nada onipotente,
existindo felizes em doce ilusao, autoproclamada em pura ignorancia, alheios aos fatos completamente
Doce ilusao... doce ilusao... doce ilusao...
Quero me embebedar e me entorpecer de seu sabor, mais e mais!
Porque mentem os que dizem que melhor que a pilula azul nao ha!
Vao descobrir que depois de tomar, tudo so vai piorar
E como nao sabem que quando estao saindo, e que estao realmente entrando no sonho?
Nascemos nus, puros e analfabetos.
E sabe porque?
Porque a ignorancia e uma BENCAO.
Por isso ha a inercia: pois elas nao gostam de quem nada mais sabe fazer, a nao ser questionar, e questionar,
quebrando o circulo do vinculo tao eterno e maligno de sua propria existencia inutil.
Mas oh, ao menos uma vez eu poderia ser simples e unico, unilateral, e definido!..."
